Especial Meu Primeiro Patrocínio – Fellipe Barros
A AtletasNow divulgou os vencedores da 6ª edição da seletiva “Meu Primeiro Patrocínio é Aqui”, referente ao mês de fevereiro. Um dos ganhadores é Fellipe Barros, do paratriathlon, que desafiou até mesmo a medicina para realizar o seu sonho no esporte. Quer entender como? Confira abaixo.
Quando Fellipe tinha apenas um ano de vida, sua família recebeu um baque repetino: o menino foi diagnosticado como alguém que não conseguiria andar.
Fellipe Barros nasceu com paralisia cerebral, o que causou uma atrofia no tendão de Aquiles e em toda a musculatura da parte inferior. O médico, entretanto, recomendou que a prática de esportes poderia ser benéfica neste sentido.
A família de Fellipe agiu rápido e o inscreveu na natação. Mais tarde, quando Fellipe completou quatro anos, seus pais ouviram que matriculá-lo no judô seria importante para que ele aprendesse a cair. “Eu não andava direito e caía muito”, conta Fellipe.
Através de toda essa batalha, o esporte permeou toda a vida do carioca, até que ele chegasse a um estágio jamais imaginado: o esporte de alto rendimento. Sim, Fellipe não apenas aprendeu a andar, como também chegou à elite do paradesporto.
A história de Fellipe Barros como atleta profissional começou no futebol de 7, praticado por atletas com paralisia cerebral. Ele jogou por cinco anos no Vasco da Gama, onde foi inclusive campeão brasileiro da segunda divisão.
Quando completou 30 anos, Fellipe decidiu abandonar o futebol. “Eu já não estava sendo tão escalado para os jogos”, recorda. Mas o carioca não queria abandonar o esporte. Pelo contrário.
Recomeço como velocista
Envolvido em tantos estudos relacionados ao treinamento mental (ele tem mestrado em Política Pública e Formação Humana pela UERJ), Fellipe buscou uma modalidade em que pudesse aplicar seus conhecimentos e se desenvolver por conta própria. Assim, chegou ao atletismo.
Em 2017, Fellipe bateu o recorde brasileiro nos 800 metros da classe F35. Só que havia um problema: ele queria correr distâncias ainda maiores, que favorecem mais o seu biotipo. E os Jogos Paralímpicos, que sempre foi o seu principal objetivo, não contemplava tais categorias.
Sendo assim, ele mudou novamente: migrou para o paratriathlon, que acabara de ser integrado ao programa paralímpico. No entanto, havia outro obstáculo: Fellipe não tinha os equipamentos apropriados para iniciar a prática.
Neste período, o carioca estava viajando pelo Brasil, mantendo a forma por conta própria. Até que, longe de casa, em Salvador, Fellipe buscou a oportunidade que queria. “Eu estava treinando na praia do Porto da Barra e vi uma equipe de triatlo lá. Cheguei, contei minha história e o treinador me convidou a treinar com eles”, disse Fellipe.
Desta forma, Fellipe Barros se mudou definitivamente para Salvador e começou a treinar com Beto Lopes, o Betão, com vasta experiência como triatleta, ironman e ultramaratonista. Com o novo tutor, Fellipe já foi vice-campeão brasileiro de paratriathlon e sonha em disputar o Ironman em 2021.
Exemplo de vida
No entanto, mais do que os objetivos esportivos, Fellipe tem um propósito maior: ser uma inspiração para a sociedade. “Fui diagnosticado como uma pessoa que não andaria, e hoje estou aqui participando de provas longas, mesmo com uma paralisia de grau severo. Se eu consegui, todos também podem”.
Autêntico ativista do esporte, Fellipe Barros agora também é um atleta patrocinado pela AtletasNow. “Quero agradecer do fundo do meu coração à AtletasNow por essa iniciativa de apoio ao esporte e ao paradesporto. O trabalho de vocês é muito lindo e está revolucionando o esporte e as formas de patrocínio”.
Outros contemplados
Além de Fellipe Barros, outros quatro atletas foram contemplados na primeira edição da seletiva “Meu Primeiro Patrocínio é Aqui”: Clara Beatriz, da ginástica rítmica; Jardel Lima, do karatê; Larissa Estefani, do futsal; e Silmara Melgaço, da corrida de rua.
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